Sirene salva-vida chegará às comunidades da Formiga e Macacos
Prefeitura inaugura equipamento na Tijuca e anuncia treinamento para os moradores
Rio - As primeiras nove sirenes de alerta contra tempestades foram inauguradas pela Prefeitura do Rio, ontem, no Morro do Borel, na Tijuca. O objetivo é instalar 60 equipamentos nas 117 comunidades da cidade onde foram mapeados pontos com alto risco de deslizamentos e enchentes. Os morros da Formiga e dos Macacos, também na Grande Tijuca, serão os próximos beneficiados e moradores receberão treinamento para evacuar suas casas.
Ao falar sobre a importância do sistema, o prefeito Eduardo Paes não economizou nas palavras: “Peço que as pessoas acreditem nos alertas, pois são baseados em dados técnicos precisos do nosso Centro de Operações. Quem ficar é maluco ou burro”, afirmou.
Com celulares doados pela Prefeitura, agentes e líderes comunitários serão informados sobre a aproximação de tempestades pela Defesa Civil, com base nos dados meteorológicos do Alerta Rio. Eles já distribuíram panfletos com explicações do sistema. Ao lado das sirenes há medidores pluviométricos.
“Se notarmos grande volume de chuva entre 15 minutos e meia hora, por exemplo, as sirenes serão acionadas para que os moradores busquem abrigos provisórios seguros. No Borel, o abrigo é o Ciep Dr. Antoine Magarinos Torres Filho, na Rua São Miguel”, avisou o subsecretário municipal de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões.
DESOCUPAÇÃO RÁPIDA
A prefeitura já treinou 1.875 agentes de Saúde e Defesa Civil, além de 300 líderes comunitários. Os moradores também serão treinados mensalmente, mas ainda não há prazo para o início desses exercícios com a comunidade. “Uma população treinada para desocupar imediatamente uma região castigada por fortes precipitações significa que muitas vidas podem ser poupadas”, disse Simões, acrescentando que os treinos incluirão noções de primeiros socorros e salvamento.
Ao lado do prefeito, o coronel Simões acionou um dos nove alto-falantes instalados na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel, na associação de moradores e numa igreja evangélica. Juntas, as sirenes poderão ser ouvidas por mais de 20 mil habitantes do Borel, Casa Branca e Chácara do Céu, onde existem mil moradias em áreas de risco.
Otimismo em relação à eficácia do sistema
A presidente da Associação de Moradores do Borel, Roberta Ferreira, 29, disse estar otimista com a eficácia do sistema. “Temos histórico de estragos provocados pelas chuvas. Em abril do ano passado, três pessoas morreram soterradas. Agora, com informações repassadas a tempo por profissionais especializados em metereologia, podemos tentar evitar mais mortes”, comentou.
Alguns moradores pedem obras também. “Qualquer iniciativa é boa, mas a Prefeitura não deve esquecer a contenção de encostas”, opinou Flávia Araújo, 32. “Precisamos de suporte para deixar nossas casas às pressas, caso seja necessário. Idosos, doentes ou deficientes físicos não têm muita agilidade para escapar com rapidez. Terão dificuldade para desocupar o imóvel rapidamente. Temos que pensar nisso”, completou Fabriciana Rodrigues, 25.
O prefeito disse que em 2010 a Geo-Rio investiu pelo menos R$ 150 milhões em obras de contenção, inclusive no Borel, e que 5,5 mil famílias foram removidas de áreas de risco.
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